Foi sobretudo a partir dos anos sessenta que os concelhos de Loures e Odivelas, devido à sua proximidade a Lisboa, sofreram profundas transformações que lhes alteraram as características que as definiam como de zonas rurais.
E se estes concelhos se definiam pela ruralidade e tradição das suas gentes, tudo se complicou quando a cidade transbordou e encheu as várzeas num emaranhado de novas gentes com novos valores.
O crescimento demográfico, produto das migrações do interior para o litoral do país, nomeadamente para os subúrbios da cidade de Lisboa sem qualquer tipo de estruturação básica ou ordenamento urbano, veio converter estes concelhos em concelhos de grande densidade populacional, levando à despersonalização quer económica quer cultural.
Criaram-se, no entanto, novas formas de estar, produto de valores que se encontravam em mudança na sociedade portuguesa, fomentando vários tipos de necessidades e às quais nem sempre a comunidade esteve preparada para responder adequadamente.
Associada a esta mudança, os saberes que eram produto de conhecimentos adquiridos individualmente ao longo duma vida de trabalho contínuo e adstritos ao lugar onde se vivia, depressa perderam as suas características originárias para se tornarem mais globalizantes. Se até aí existiam os mestres de ofício ou os artesãos, os novos tempos viriam a designá-los por técnicos ou artistas.
Neste processo foram e são cada vez mais as escolas as responsáveis, desempenhando um dos papéis mais importantes não só no progresso tecnológico mas também participando ativamente no desenvolvimento cultural da sociedade.
É em 1991/92, dada a ausência duma escola de música de carácter oficializado, que se celebra um contrato de comodato com a Câmara Municipal de Loures. Deste modo ficam garantidas as instalações e formalizam-se as diligências necessárias para, junto do Ministério da Educação, se constituir o Conservatório Regional de Loures.
Em 2000, com a criação do Município de Odivelas, a designação inicial é mudada para Conservatório de Música D. Dinis. Ao tomarmos D. Dinis como patrono, a ideia subjacente foi homenagear esse nosso rei do séc. XIII/XIV que se encontra sepultado neste concelho e que ficou conhecido pelo desenvolvimento que proporcionou a Portugal, inclusivamente no incentivo que deu à arte e concretamente à poesia trovadoresca, sendo ele próprio autor de várias obras.